PROJETOS COLETIVOS DE TRABALHO NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO
Projetos favorecem a atuação das crianças e adolescentes nos processos de planejamento, tomadas de decisões e pesquisas, sempre com o intuito de chegar a um produto final
Fonte: novaescola.org.br – Foto: Instituto Vera Cruz Divulgação (Getty Images)
A homologia dos processos é uma estratégia bastante comum na formação continuada de professores.
Por meio dela, os profissionais da Educação vivenciam situações similares às propostas aos alunos e podem discutir os conteúdos e as formas de ensino relacionadas à experiência vivenciada.
Também é muito comum que as escolas de Educação Básica, pautadas em distintas propostas pedagógicas, estimulem projetos coletivos, favorecendo a atuação das crianças e adolescentes nos processos de planejamento, tomadas de decisões e pesquisas, sempre com o intuito de chegar a um produto final.
No curso de graduação em Pedagogia, do Instituto Vera Cruz, a homologia dos processos é uma estratégia colocada em prática sistematicamente, inclusive em relação à proposição de projetos coletivos, nos quais os futuros educadores se envolvem com as etapas necessárias, para se chegar a um produto definido e estruturado, desenvolvido de forma colaborativa.
No currículo de oito semestres, as disciplinas de cada módulo temático possuem estreita relação entre si, no que diz respeito aos conteúdos, bibliografias e abordagens.
No segundo semestre de 2017, a turma do Módulo Arte, Cultura e Educação participou de um projeto envolvendo as disciplinas de Corpo e Artes do Corpo, Práticas de Ensino e Aprendizagem de Artes Visuais, Práticas de Ensino e Aprendizagem de Música, Manifestações Culturais e Cultura Digital.
O tema eleito pelos estudantes foi a brincadeira na infância.
Eles iniciaram o projeto com observações e coleta de dados em escolas de Educação Infantil, nas quais acompanharam as crianças em momentos livres de brincadeiras e entrevistaram os professores.
A partir das informações, o grupo mapeou as brincadeiras mais usuais e como elas se relacionavam com elementos culturais das diversas artes e manifestações brasileiras.
Em pequenos grupos, pesquisaram em fontes diversas, elaboraram textos, discutiram amplamente e fizeram uma exposição com brinquedos construídos com sucatas para favorecer vivências corporais, danças, experiências musicais e imagéticas, incorporando importantes aspectos das culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas, além de elementos da cultura digital.
Todo o percurso teve orientação e mediação dos professores do curso, que também discutiram as demandas desse trabalho e da turma de alunos, sugerindo estratégias para favorecer avanços individuais e dos grupos.
As distintas etapas do projeto foram permeadas por assembleias, nas quais era possível conhecer a proposta de cada grupo, trocar informações, ideias e fontes de pesquisa e discutir a experiência do ponto de vista da atuação profissional e da atuação de cada integrante de uma equipe colaborativa de trabalho.
Esse processo possibilita que os futuros educadores se aproximem da escola e de suas demandas, conheçam os percursos de aprendizagem das crianças, ampliem as fontes de referências e aprendam sobre o encaminhamento e a gestão de projetos.
Além disso, se fortalecem no trabalho em equipe, experimentando oportunidades de discutir, argumentar, investigar e contribuir para um produto comum, algo que certamente favorecerá a atuação desses educadores como membros de uma equipe de docentes ou como gestores.
A cada módulo temático, os estudantes entram em contato com uma nova oportunidade de aprendizado, ensino, e autoavaliação, fazendo ajustes, propondo modificações e trazendo novidades.
Um processo complexo e rico de trabalho que qualifica cada vez mais os futuros pedagogos, o corpo docente do curso e, mais adiante, o ensino na Educação Básica.
Fonte: novaescola.org.br